Reportagem especial

(E)leitor, não deixe que a rivalidade política nas redes sociais se sobreponha aos problemas reais

Pâmela Rubin Matge


MENOS GUERRA VIRTUAL, MAIS MUDANÇAS REAIS

Antes mesmo de a campanha começar, esta já era a eleição das redes sociais. Os cavaletes nos canteiros, os santinhos espalhados pelas ruas, os cartazes pendurados nos postes, os muros pintados e as placas nas janelas perderam importância diante dos famigerados textões. Uma pesquisa Datafolha sobre o perfil do eleitor mostrou que a maioria dos votantes do país (68%) tem alguma rede social e que o WhatsApp é a rede mais utilizada: 66% dos eleitores têm o aplicativo.

Em cada uma dessas tantas manifestações, ficava mais e mais evidente que esta foi, é e será, caso haja segundo turno, uma eleição polarizada, dividida entre os que defendem, em seus perfis, um ou outro candidato, e entre os que militam, em suas timelines, por um ou outro partido. Foi, é e será, caso haja segundo turno, uma eleição em que o ódio, a intolerância, a falta de respeito, de empatia e de compreensão derrotaram, em frente às telas de computadores e celulares, o que deveria ser o foco do eleitor em frente à tela da urna eletrônica. Foi, é e será uma eleição que rompeu relacionamentos, desfez amizades, estragou almoços de domingo, gerou decepções e divergências que, talvez, não estejam superadas lá em 2022, quando vamos, mais uma vez, eleger nossos representantes. 

Enquanto as propostas e os planos de governo deram lugar a ataques, discursos de ódio, discussões virtuais e a um atentado contra a vida de um presidenciável e contra a democracia, o encanador Hilário Rodrigues, 51 anos, morador do Bairro Lorenzi, em Santa Maria, manteve-se alheio a timelines, preocupado em conseguir um emprego formal e cultivando a esperança de, um dia, regularizar a casa onde vive. Longe das redes sociais, ele ainda torce para que os governantes mais votados neste pleito invistam em saúde, para que a filha dele não sofra mais de crises de asma sem ter acesso a medicação, para que a esposa não enfrente uma semana de dor de dente sem nem sequer conseguir atendimento. 

O mesmo sonho de uma vida melhor faz parte da dura rotina da dona de casa Beatriz da Silva, 33 anos, moradora do Alto da Boa Vista, no Bairro Nova Santa Marta. Enfrentando uma realidade que nem de longe lembra as vidas exibidas com frequência em redes sociais, Beatriz deseja, intimamente, que a educação seja valorizada no Brasil porque, assim, pode alimentar a esperança de ver os filhos formados. Enquanto os meninos ainda são crianças, ela torce para que os candidatos eleitos tratem com seriedade os problemas do transporte público, para que ela possa passear com a família aos finais de semana e, quem sabe, fazer uma postagem bonita de um momento feliz.

As lutas enfrentadas por esses dois santa-marienses fazem parte da rotina de outros moradores da cidade, de centenas de gaúchos, de milhares de brasileiros. E é pensando neles, no básico que lhes falta, no muito daquilo que precisam, que devemos ir às urnas neste domingo. Está nas mesmas mãos que digitavam frenéticos insultos e acirravam rivalidades durante toda a campanha a chance de mudar essa realidade de privações e sofrimentos que nenhuma rede social mostra. Que consigamos tirar os olhos do celular e que olhemos para quem mais precisa de ajuda dos futuros deputados, senadores, governadores e do presidente do Brasil: responsabilidade e comprometimento para dar uma vida digna às pessoas cujas histórias não são tema de (quase) nenhum textão.

HILÁRIO QUER DIREITOS BÁSICOS ATENDIDOS


A casa, que há anos tenta regularizar, pode até estar à venda, mas o voto, não. Para o encanador Hilário Rodrigues, 51 anos, voto não é mercadoria, e ele não se corrompe com "conversa de político no Facebook".

Ele diz que tem muita coisa mais importante para se preocupar. Na comunidade onde mora, na localidade conhecida como Portelinha, no Bairro Lorenzi, região sul de Santa Maria, falta saneamento, esgoto e patrolamento nas ruas. Sem regularização do imóvel, não tem IPTU. Isso o impede de fazer qualquer compra à prestação, pois não pode comprovar o próprio endereço.

Na região onde vive, quando chove, as filhas Vitória e Lara, de 7 e 4 anos, só saem de casa no colo, pois a água chega na altura dos joelhos.

A infraestrutura não é o único problema que a família enfrenta. Há três meses, a filha mais nova espera por uma medicação para asma, mas o remédio está em falta. Já a mulher do encanador, Sabrina Rodrigues, 23 anos, teve de suportar uma dor de dente por uma semana, pois não conseguia horário para consulta na unidade de saúde do bairro.

Para Rodrigues, isso deixa explícito o que ele considera mais triste no Brasil, que é ser um país onde a mesma lei não vale para todos. Onde, segundo ele, "é difícil colocar rico na cadeia" e criminoso "tem cor e classe social". Na esfera financeira, a Justiça também passa longe. O encanador, que vive de bicos e ganha o equivalente a um salário mínimo, não vê possibilidade de ascensão

- Os políticos se reúnem, votam e aumentam o próprio salário da noite para o dia. Nós, para ganharmos R$ 10 a mais, leva mais de ano - diz.

E foi esse descrédito com a política que fez com que Rodrigues tomasse uma decisão desde que as eleições respigaram nas redes sociais. Ele deixou o celular de lado. Não leva nem ao trabalho - uma obra em Itaara, a 15 km de onde mora. Isso porque ele teme arrumar inimizades e acha que, depois das eleições, os políticos continuarão em seus apartamentos de luxo e com seus almoços fartos. No orçamento da família, porém, um pedaço de carne, tem sido iguaria rara:

- Comer um churrasco aos domingos, não dá mais. E acham que isso é pedir muito... Esses políticos não se colocam no lugar da gente. Não temos o básico, que é saúde e moradia de qualidade. Não são eles que ficam em fila de postinho. Cansei, perdi a esperança. Não sei em quem votar. E o pior é que ficam na internet brigando entre eles e fazendo promessas. E ainda tem gente que acredita nas mentiras.

O que Rodrigues descreve, sentado na frente da sua casa, é de conhecimento da maioria dos eleitores em qualquer canto do Brasil: vive-se uma guerra virtual e propagandística entre os candidatos, marcada, muitas vezes, pelo discurso de ódio e por informações improcedentes, deixando de lado a atuação política, que realmente importa: sanar mazelas sociais e promover dignidade às pessoas.

DISCURSO SUPERFICIAIS NA INTERNET

O cenário se agrava quando entra em cena, de forma cada vez mais participativa, um novo ator político que tomou a internet de assalto: o cidadão comum, não necessariamente filiado a algum partido ou especialista em alguma área, mas um mero reprodutor de discursos ou das fake news (notícias falsas).

- As denúncias de corrupção, que, desde 2014, marcam o cenário político brasileiro, têm intensificado a desconfiança da população. O resultado disso foi um pouco paradoxal porque, ao mesmo tempo em que há essa desconfiança, as questões políticas têm se tornado mais presentes no cotidiano, especialmente nas redes sociais. Todavia, isso veio acompanhado de uma divisão de opiniões políticas, muitas vezes, superficiais, o que pode ser perigoso para a democracia e marcado pela intolerância - explica Carolina Corrêa, pós-doutoranda em Ciência Política na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Cientista político do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), André Jácomo acrescenta que, neste ano, a internet teve um papel protagonista na eleição, sobrepondo-se ao que um dia foi o horário eleitoral gratuito. O que, segundo ele, perdeu a força de apelo.

- Temos uma eleição com tempo mais curto, o que favorece uma comunicação direta por meio das estratégias digitais. A grande questão é que as redes socais têm como consequência a polarização política. Assim como (os usuários) selecionam os amigos, os influenciadores e as páginas no Facebook, no Twitter e no Instagram também tendem a selecionar (temas) de visões políticas que concordam. Sem contar o algoritmo, em que a própria redes social já seleciona para ele (usuário). Naturalmente, quando se recebe informações próximas da sua visão de mundo, a chance de acreditar que aquela informação representa a maioria e que é aceita por todos é uma consequência - explica o professor.

BEATRIZ QUER MAIS RESPEITO DOS CANDIDATOS

Beatriz da Silva mal abriu a boca para começar a falar em política e deixou claro que não quer ser vitimizada nem depender de candidatos. Não quer assistencialismo, abraço ou simpatia dos políticos. Quer transparência, atitude, direitos assegurados e respeito.

O mesmo que procura manter cada vez que recebe uma mensagem de WhatsApp que tenta a convencê-la do voto ou que deprecia outro candidato. Apesar de todos os dias testemunhar confrontos políticos nas redes sociais, tem certeza que diploma não compra decência.

- Não tem quem não tenha internet. Não somos ignorantes. Ficam mandando mensagem com baixarias e ameaças entre eles (candidatos) em vez de mensagens do que vão fazer pelo povo. Acompanho tudo, mas não discuto, só dou "OK".

Para a dona de casa de 33 anos, a educação é a base de tudo. Ela sonha em ver os filhos formados. Embora pequenos, já vislumbram profissões. Alice, 7 anos, quer ser professora. Gabriel, 6, quer ser veterinário. Yasmin tem só 4 meses.

Moradora da região conhecida como ocupação Caixa D'Água, no Bairro Nova Santa Marta, no oeste da cidade, Beatriz comprou a casa onde vive por R$ 4 mil.Sabe que vive em "área invadida", mas foi o pedaço de chão que a família conseguiu. Mãe de três filhos, a mais velha é adotada.

Beatriz lembra que na última gravidez, teve que parar de trabalhar. O acompanhamento da gestação incluiu longas caminhadas, já que deparou com a falta de ginecologistas na unidade saúde do bairro. O marido, carpinteiro, vive de bicos. Junto da família, têm vontade de passear nos finais de semana, mas nem sempre sobra dinheiro, e os horários de o transporte público são reduzidos. Ele também teme pela segurança.

Bem informada, Beatriz conta que escolheu os candidatos nos últimos dias. E espera que os novos eleitos rompam com qualquer tipo de preconceito:

- Chega de pegarem criança no colo para tirar foro e, no fundo, achar que na vila só tem bandido. Nosso voto vale como qualquer outro.

WHATSAPP E A AS ELEIÇÕES

Nas últimas eleições, as redes sociais já estavam presentes, mas a diferença desta vez as pessoas têm mais acesso à internet móvel nos seus celulares e, principalmente, passaram a usar muito o WhatsApp, conforme assinala Iuri Lammel, professor de Jornalismo e coordenador de Produção da UFN Virtual:

_ O WhatsApp foi muito marcante nessas eleições, ao ponto de se cogitar que o resultado do pleito seja definido pelo app. O WhatsApp tem efeitos diferentes nas eleições em relação às redes sociais tradicionais.

O professor menciona três aspectos que fazem deste aplicativo um diferencial

  • É uma comunicação mais direta e prática, agilizando o compartilhamento;
  • Permite divulgar informações falsas sem registro da origem da informação, o que dificulta o rastreio da origem e, assim, facilita o descompromisso com a verdade;
  • Não tem nenhum tipo de controle de qualidade sobre o conteúdo compartilhado e nenhuma restrição de alcance desse conteúdo por meio de algoritmos.

Sobre esse terceiro item, Lammel explica, por exemplo, que, se alguém publica alguma informação falsa nas redes sociais tradicionais, como Facebook, há diferentes ferramentas que "informam" o algoritmo sobre a baixa qualidade daquela publicação, tais como as reações negativas do leitores, as denúncias das postagens, as ações de agências de checagem de fatos e a identificação e análise do site que deu origem ao conteúdo compartilhado. Tudo isso forma um cálculo matemático que identifica a qualidade da publicação e, quando identifica a baixa qualidade do conteúdo, reduz a velocidade e amplitude dos compartilhamentos. Já no Whatsapp, como não existem esses dispositivos de classificação das postagens, os conteúdos de baixa qualidade (como as notícias falsas) correm de grupo em grupo em grande velocidade.

_ Graças à popularização do WhatsApp, os eleitores mais fanáticos e extremistas conseguem influenciar na reputação dos candidatos e mexer nas convicções dos outros eleitores, tudo isso de maneira impune. _ pontua.

FORA DA TIMELINE


Em meio ao drama das contas públicas do Estado à União, os próximos governantes terão de lidar com um cenário tão periclitante quanto real. Longe da timeline do Facebook ou das correntes de WhatsApp, os gargalos a serem enfrentados tropeçam na precariedade em infraestrutura de Norte a Sul, passam pela insegurança que amedronta a população nos centros urbanos e confins do país, clamam por moradia digna, mais oportunidade de empregos e elevação dos índices de educação, além da urgente necessidade de melhorar a saúde pública, que há tempos agoniza.

  • O Brasil tem um déficit habitacional de 7,757 milhões de moradias, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV). O dado é de 2015, o mais recente, e tem como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE
  • Em 2017, segundo a Fundação João Pinheiro em parceria com o Ministério das Cidades, foi constatado que o déficit habitacional do Rio Grande do Sul é de 236.304 unidades habitacionais
  • O Rio Grande do Sul ter cerca de 151 mil crianças e jovens de 4 a 17 anos fora da escola (sendo que, nessa faixa etária, o ensino é obrigatório) e 324 mil analfabetos (com mais de 15 anos)
  • 70% dos alunos de escolas públicas do Brasil não atingiram o nível suficiente de conhecimento em língua portuguesa e matemática na última avaliação do Sistema Avançado da Educação Básica (Saeb)
  • No Brasil, em média, a cada 100 homicídios, 10 são esclarecidos, e só cinco são julgados, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
  • Dezenove municípios gaúchos estão entre os mais violentos do país, de acordo com o Atlas da Violência, publicado em junho deste ano
  • No Rio Grande do Sul, apenas 20% da população é coberta por planos e seguros de saúde
  • O Ministério da Saúde afirma que o ideal seria que um agente de saúde atendesse cerca de 3 mil pessoas. No entanto, há hoje um agente para cada 790 mil pessoas, e cerca de 100 municípios brasileiros que não contam com equipes de Saúde da Família (ESF)
  • Apenas 3,6% do orçamento do governo federal foi destinado à saúde em 2018. O percentual fica bem abaixo da média mundial, de 11,7%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)
  • No Brasil, há 12,9 milhões de desempregados, e, no Rio Grande do Sul, 494 mil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C), feita em agosto deste ano


EM NÚMEROS

Na última terça-feira, uma pesquisa Datafolha apresentou o perfil dos eleitores que utilizam as redes socias bem como seu comportamento, em relação à política brasileira e eleições. Foram analisadas quatro redes sociais: Facebook, Twitter, WhatsApp e Instagram. O levantamento também apresentou dados sobre influência de outros meios de comunicação na hora do voto. A pesquisa foi feita em 2 de outubro com 3.240 eleitores com 16 anos ou mais em 225 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra

  • A maioria dos eleitores (68%) tem alguma rede social, entre os mais jovens (93%) e entre os mais ricos (92%) esse índice é mais alto
  • WhatsApp é a rede mais utilizada: 66% dos eleitores têm o aplicativo
  • 48% dos eleitores têm o costume de assistir vídeos sobre política na internet, enquanto outros 52% não têm
  • As notícias nas redes sociais
  • Muita importância: 38%
  • Um pouco de importância: 28%
  • Nenhuma importância: 32%
  • Não sabe: 2%

As notícias na TV

  •  Muita importância: 43%
  • Um pouco de importância: 28%
  • Nenhuma importância: 28%
  • Não sabe: 1%

As notícias no rádio

  • Muita importância: 39%
  • Um pouco de importância: 27%
  • Nenhuma importância: 32%
  • Não sabe: 1%

UM SUPERMERCADO DE CANDIDATOS DENTRO E FORA DAS REDES

O que circula em posts, fotos e vídeos, seja em redes sociais abertas como o Facebook e o Instagram, ou mesmo em "grupos de família", mais comuns no WhatsApp, nada mais é do que um desdobramento do que acontece no dia a dia, em cada esquina e até dentro de casa. Para o cientista político e professor da Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS) Alfredo Alejandro Gugliano, o discurso de ódio político presente nas redes sociais, por exemplo, é anterior ao atual processo eleitoral e começou com a deposição da então presidente Dilma Rousseff:

- A isso (impeachement), foi somado um clima de intolerância. Inclusive, foi criado um termo para justificar o discurso de ódio: os brasileiros de bem. Essa expressão é usada para justificar a intolerância contra mulheres, imigrantes, afrodescendentes, homossexuais, deficientes físicos e por aí em diante.

Na esteira das discussões de internet, nota-se, segundo o professor, pouca profundidade acerca das propostas dos candidatos e das ações concretas na vida das pessoas, o que é agravado pela falta de projetos claros, exequíveis e que ultrapassem a condição de simples promessas.

- A eleição está deixando de ser um espaço para discutir os programas políticos. Na maioria dos casos, acaba se transformando em um grande supermercado de candidatos, no qual a proposta política é oferecida de acordo com o gosto do eleitor. Na campanha eleitoral, praticamente todos prometem representar seus eleitores, defender seus interesses. Isso fica evidente tanto fora quanto dentro das redes (sociais). A realidade é diferente. Na atual legislatura, apenas 3,5% dos deputados federais (18 parlamentares) participaram de todas as sessões da Câmara. Na legislatura passada, somente 5% dos deputados federais apresentaram um projeto aprovado pelo Congresso. Existem os que nem sequer discursaram uma única vez em sessão parlamentar. Na prática, um expressivo número de eleitos não vem cumprindo com a promessa de fazer política pela coletividade.

A ausência de temas no pleito deste ano também é observada pelo cientista político da Universidade do Distrito Federal (UDF) André Jácomo:

- Historicamente, pelo menos um tema concentrava a agenda dos candidatos. Em 1994, foi inflação, em 1998, o Plano Real, em 2002, o emprego, em 2014, políticas sociais... Nesta eleição, não. Dentro das redes sociais, na postura dos candidatos predomina a propaganda negativa, que utiliza suas postagens não para falar bem de si mesmo, mas para atacar o adversário.

É REMOTA A NOÇÃO DE COLETIVIDADE NO FAZER POLÍTICO

O cenário de radicalização de posições políticas não se encerrará com as eleições. É o que sugere o antropólogo e professor da Universidade do Pampa (Unipampa) Guilherme Howes.

Para ele, ocorre o contrário. Após as eleições é que entrará em prática tudo o que está se vendo durante as campanhas, não só em propostas como também a falta delas.

O receio é que seja "remota a noção de coletividade no fazer político" de muitos dos candidatos. que atualmente concorrem.

- É desesperador assistir que parcela significativa da sociedade aceita como natural o desrespeito a questões de direitos. É possível que esse ódio virtual se transfira para ações concretas, sirva de pano de fundo para políticas públicas e paute os eleitos.Desse modo, a agenda pode ser desfavorável aos mais necessitados e contrária a muitos dos direitos humanos, independentemente do "lado" que vencer nas urnas.

REPORTAGEM
Produção e textos - Pâmela Rubin Matge
Fotos - Charles Guerra e Renan Mattos
Colaboração - Carolina Carvalho

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